21 de setembro de 2016

Quem olha pra dentro (e pra fora) desperta!

“And I've been putting out the fire with gasoline”
Cat People (Putting Out Fire) – David Bowie

Há algum tempo atrás, por iniciativa própria, coloquei-me no fundo de uma versão muito particular da Caverna de Platão. Em seus recônditos mais distantes, sentei-me de costas para sua entrada. Em frente a mim só o que via eram as sombras bruxuleantes do mundo lá fora e ao meu redor os ecos ululantes que se rebatiam sobre as superfícies úmidas e rochosas.
Aos poucos a caverna, tal qual passe de mágica, passou a me oferecer pequenas diversões e prazeres. Recebi algumas visitas... Umas fiz partir e outras saíram sozinhas a despeito de meus protestos. E nesse processo, tornei-me enraizado na ignorância e no vazio que o torpor tão eloquentemente oferece.
Nessa noite, na qual escrevo, havia uma fogueira crepitando lá fora e, por um motivo de puro acaso, tive curiosidade e ousadia suficiente para arriscar olhar por sobre o ombro. O que vi? Vi a verdade. Algo que tantos dizem querer, mas em seu âmago acabam por afastá-la com todas as forças. E a verdade queima, tal qual a brasa da fogueira, aquele que se atreve a tocá-la.
Com corpo e alma em carne viva, permito que a dor excruciante acenda em mim a raiva. Permito que a raiva cesse e dê lugar à consternação, e que esta finde e ceda espaço à serenidade.
Não há mais dor. O mundo imprimiu em mim algumas de suas marcas, mas sereno saio e retribuo a ele. Não há mais dor. 

(Lucas Caldas)

Hoje, acordei com este texto acima, de autoria do meu filho, em minha caixa de emails, pedindo para que eu lesse e comentasse o que havia entendido. Isso rendeu uma boa e emocionante conversa entre nós.

A verdade, que muitas vezes nos chega sob forma da intuição (aquela que teimamos em não acreditar), dói. MAS ela tem um propósito muito maior, ela é libertadora. 

Quando adquirimos esta consciência, a dor perde o sentido de existir transformando-se em combustível para seguir em frente com mais aprendizado em nossa bagagem.

Como mãe fico emocionada pela escrita lúcida, pelos sentimentos que representam os meus (em meus contextos), pelos valores imbricados e conclusões. Siga sereno, com foco e em paz, meu filho. Eu te amo!!! A luz habita dentro de você!!! (e de forma intensa)

Aline
21- 09- 2016


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