31 de outubro de 2010

Doses intensas de amor!



Dias atrás, viajei para Fortaleza. Fiz uma surpresa para o meu filho, cheguei sem avisar para passar a semana do seu aniversário de 20 anos.

Matamos as saudades (essa danada sempre volta com força, quando nos separamos), comemoramos, celebramos e na manhã seguinte ao aniversário, fomos surpreendidos com um mal estar dele que culminou, após 24 hs, em uma dor insuportável que o levou a uma cirurgia de urgência (apendicite subhepática).

Muitos foram os sinais do amor de DEUS por Lucas e por mim. Lembro que no momento em que o vi transfigurado de tanta dor, pedi auxílio ao Pai Celestial, sem me esquecer de AGRADECER por estar lá, justamente no momento em que meu filhão mais precisava de mim.

Estar presente,  perceber a solidariedade das pessoas com as quais cruzamos (desde a atendente no hospital, a equipe médica (acompanhada de perto por meu tio, também médico), os maqueiros e o casal  que nos fez companhia na enfermaria) foi entrar em contato com nobres sentimentos. Existem pessoas boas, existem SIM! Senti que estávamos rodeados delas.

Um momento significativo foi a presença e companhia do pai do Lucas. Ele esteve comigo do início da cirurgia até a volta de Lucas para o quarto, já devidamente acordado. Vi o amor no olhar do Mano, vi a alegria no olhar do meu filho ao perceber que seu pai se preocupa com ele.


Recebemos muitas manifestações de carinho: inúmeros telefonemas, torpedos no celular, mensagens via ORKUT, todos falavam de força, fé e desejavam tudo de bom. Recebemos visitas de amigos e familiares com abraços revigorantes.

O susto passou. Consegui ver, nos momentos vividos, muitos pontos positivos que certamente contribuirão para dias futuros melhores e um maior amadurecimento espiritual de todos nós.

Sou grata a Deus por TUDO e, especialmente, pela restauração da saúde do Lucas.

"'Põe estrelas de esperança no céu de provações..." (Joanna de Ângelis)

Abraço fraterno,

Aline Caldas 

17 de outubro de 2010

O Grande Encontro



Ontem, iniciei a leitura do livro "Uma razão para viver" de Richard Simonetti. Linguagem clara, objetiva, elucidativa para os iniciantes na doutrina espírita.

A cada capítulo que "degusto" (alimento minha alma com as palavras), não me sinto "iniciante", reconheço-me. Nas linhas e entrelinhas, agarro-me ao fio condutor que promove um entendimento maior sobre a vida e a comunhão com DEUS.

Um pouco do muito que agora sinto tem a musicalidade de Gilberto Gil e a minha expressão entre (e muito além) parênteses:

"Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós

(Na intimidade do coração, a chave para o encontro)

Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz

(No silêncio da mente, a busca do equilíbrio)

Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios

(Abrir mão do controle, permitir...me entregar)

Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

(É preciso ter pureza para o encontro)

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou

(Diante das dificuldades, buscar enxergar a ponte que me levará a oportunidades de aprendizado edificante)

Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho

(Humildade, base segura no caminhar)

Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

(Convicta de que não estou só e que tudo tem um propósito)

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar

(Crer,crer e crer)

Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada

(Refletindo sobre mim e o que preciso fazer para melhorar)

Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar"

(Não finda... é processo, movimento, constância em que o EU, orientado pelas vivências, estende a mão em direção ao NÓS)

Essa música mexe, positivamente, comigo. Tem imagem, sentimentos,ecos.

(Reflito na madrugada...estou em Fortaleza, minha cidade natal. Feliz e agradecida a DEUS pela oportunidade de vir passar uma semana na companhia de meu filho para comemorar seus 20 anos)

Luz e paz!

Aline Caldas 

11 de outubro de 2010

Além dos rótulos



Há duas semanas atrás, ouvi falar, com muito entusiasmo,sobre o Hospital Espírita João Evangelista (SP), cuja proposta busca integrar religião, espiritualidade e saúde, durante a palestra do psiquiatra, Dr. Franklin Ribeiro,sobre "Morte Clínica e Experiência de Quase Morte".

Lá o paciente é visto como um todo. A sua história de vida importa. Importa saber QUEM É o "seu Zé", além do que ele apresenta como doença. Sua religião é respeitada como meio de auxílio ao paciente. Desta forma buscam saber dele se deseja a visita do padre, pastor, rabino...se ora, reza, faz prece. A religião, muitas vezes, rotula ritos, dogmas,credos, tabus. Quando falamos em espiritualidade, devemos pensar na subjetiva experiência com o sagrado. Rudolf Otto (teólogo alemão) disse que " a experiência do sagrado é a experiência do contato numinoso ( numene= divindade)".

A espiritualidade é o caminho da transcedência, assim como ver o paciente como alguém que SENTE, ACREDITA e se conecta a um SER MAIOR parece transcender ao paradigma materialista que tanto vemos e que faz da medicina um ramo compartimentalizado.

Ao saber que existem muitos estudos, propostas e práticas de uma medicina mais humana, meu coração se encheu de alegria. Sei que é uma gota no oceano, MAS já é algo!

Lembrei do trabalho que fiz, como fonoaudióloga, em um asilo. A prática que vivenciei com minhas alunas foi essa. O que importava, inicialmente, era VER, PERCEBER, chamar pelo NOME, ouvir as histórias daqueles de quem iríamos CUIDAR.

A experiência de quase morte que nossos pacientes tinham era bem diferente da EQM tratada pelo Dr Franklin em que os indivíduos referem uma experiência profunda de transcender o mundo físico, experiência essa que , freqüentemente, conduz os mesmos a uma transformação espiritual.

A experiência de quase morte (EQM) que tivemos contato podia se traduzir em uma palavra : ABANDONO.

De forma intuitiva, certamente guiadas por nossos mentores (ou anjos, como queiram), trilhamos o caminho que nos levou a conquista do respeito e confiança deles o que favoreceu ao êxito da nossa proposta terapêutica.

Tive uma aluna evangélica que fez um comovente trabalho ao interagir com uma senhora católica (daquelas fervorosas com o quartinho cheio de imagens)que sempre pedia para rezarem juntas, durante a sessão. A linguagem dessa senhora foi exercitada, entre outras atividades, através de leituras de orações católicas.

Quando o coração se abre ao divino, não há espaço para segregar. Quando nos permitimos,as "diferenças" somem. Quanto mais humildes, mais libertos somos.

"Vale a pena lembrar que, embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância." (Karl Popper)

Semana de luz e paz para todos!


Aline Caldas 

3 de outubro de 2010

Concretização do Amor


"Fora da CARIDADE não há salvação".

Não há salvação fora da CARIDADE.

Admiro esse comentário de Kardec; ele não disse "fora da igreja", "fora do templo", "fora do centro espírita".Lembra-nos, sutilmente, que não é possível amar à Deus sem praticar a caridade para com o próximo.

"Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" - 1 João 4:20.

Devemos amar o Criador através de sua criatura. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Na realidade bastaria esse mandamento, pois uma vez que conseguissemos cumpri-lo, todos os demais que conhecemos já seriam contemplados.

A minha disponibilidade e o serviço ao próximo é que poderá me tornar sensível também diante de Deus.

Que a cada dia eu possa (sempre mais) abrir os meus olhos para o que Deus faz por mim e sentir o quanto Ele me ama. Que este amor me permita VER o próprio Cristo que vive em cada pessoa que cruzar o meu caminho.

Deus caritas est(Deus é caridade)

Assim seja!

Abraço fraterno,

Aline Caldas