30 de maio de 2011

Da escrita à prática

Imagine a cena: dias atrás estava deitada em minha cama quentinha, maior frio lá fora, tremenda vontade de continuar dormindo. De repente, ouvi uma voz e fiz de conta que nem era comigo. Não adiantou  pois a Dona Obrigação de todo dia, puxou meu cobertor e gritou: _ Levanta que já é hora!
Lá no Nordeste é “facim” ver o nascer do dia, o sol chega com força iluminando tudo. Aqui em Sampa, ainda mais em tempo de frio, o dia quando chega parece ainda noite.
Saí da cama com um mau humor, "apurrinhada que só a mulesta" , o que nordestinamente falando quer dizer que eu estava bem brava. Assustei-me com minha expressão pesada, ao me olhar no espelho.
Como tenho ouvido e dito que tudo é uma questão de escolha, passado alguns bons  e demorados minutos, lembrei que não adiantava ficar me queixando. Tinha mais que agradecer pela oportunidade de estar aqui. “Acooooooorda, menina”! (diria a Ana Maria Braga). E a responsabilidade  para comigo em vivenciar o que escrevo? Ora pois, se escrevo é por que sinto e se sinto tenho que praticar, não é lógico?
Enquanto modificava lentamente meus pensamentos para ter um dia melhor (algo que só dependia de mim), lembrei de um desenho animado Lippy, the lion & Hardy Har Har produzido por Hanna Barbera. Alguém conhece? Pra quem não se recorda ou não conheceu, Lippy era um leão que buscava soluções para todas as encrencas vivenciadas na companhia de seu amigo Hardy, uma hiena pessimista que destruía as possibilidades com expressões do tipo “Isso não vai dar certo”; “Eu sei que não vai funcionar, Lippy!”; “Oh, dia! Oh azar! Oh céus!”.
O otimista Lippy tentava animar o amigo que nunca ria dizendo:
_ "Calma, Hardy!".
Pois bem, amanheci bem Hardy. Só que em um determinado momento, expulsei o danado e tomei posse do Lippy. Lembrei que poderia experimentar rir de mim, e ri! Ao fazer o que muitos podem considerar bobagem, restabeleci a minha paz interior, percebi até meus olhos mais brilhantes.

Diante das irritantes manifestações (nada legais) dos meus pensamentos, optei por cultivar a felicidade. E para corroborar com  minha decisão do dia, vejam só o que encontrei:

A sua irritação não solucionará problema algum.
As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.
Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.
O seu mau humor não modifica a vida.
A sua dor não impedirá que o Sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.
A sua tristeza não iluminará os caminhos.
O seu desânimo não edificará a ninguém.
As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.
As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.
Não estrague o seu dia. Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.

André Luiz
Texto: Não estrague seu dia...
Médium: Francisco Cândido Xavier
Do livro: "Agenda Cristã", nº 38.

Ah, se tiver um tempinho de ver Lippy e Hardy, clica aqui.

Abraço fraterno,

Aline Caldas



23 de maio de 2011

Reforma Íntima

    A palestra “O Espírita e a Reforma Íntima” de Umberto Fabbri no Semeador, no último dia 15 de maio, foi de uma leveza e conteúdo que “putz” (putz = maravilha!). Sabe quando ouvimos algo que queremos compartilhar? Pensei: “que bom seria que fulano (beltrano, cicrano e toda turma de amigos) estivesse aqui...”Daí como vocês não estavam, divido aqui o que captei das sábias palavras do palestrante:



- A reforma íntima refere-se ao autoconhecimento, algo que exige trei-no e dis-ci-pli-na constante. A base está na auto-análise. Quem se conhece, se domina. Já reparou como temos a petulância, o atrevimento de dizer ao outro “eu te conheço muito bem”? Que nada, mal nos conhecemos. Conhecemos alguns hábitos do outro; quem nos conhece VERDADEIRAMENTE é Deus.
- Hábito se substitui, não se retira. Por exemplo: “há quem diga que não fala da vida alheia, mas faz “comentários adequados aprofundados da vida do semelhante”. Na mudança deste hábito, não basta não falar, é preciso que se fale bem, compreende?
- Mudamos pela dor ou por amor.
- O perdão pode ser a curto/médio/longo prazo. Ele é a profilaxia da alma. Perdoamos por exercício, para nossa saúde psíquica não somar enfermidades. De forma permanente, constante, paciente, diariamente um pouquinho. Se ao lembrar do fato, você ainda sentir uma “gastura”, um desconforto...ainda não perdoou. O que fazer? Persevere no exercício! O objetivo maior após o perdão é transubstanciá-lo em amor. Quem ama não precisa perdoar, você sabia?
   

    Uma forma legal de ilustrar isso pra vocês que me leem (e para mim também) é contar uma historinha que ouvi. Certa vez, quando questionado por um repórter sobre o perdão, Gandhi – o grande apóstolo da não-violência – disse nunca ter perdoado a alguém, o que causou estranheza ao repórter. Gandhi esclareceu: “Para perdoar a alguém, temos que nos sentir ofendido e como jamais me senti ofendido por quem quer que fosse, não tive a necessidade de perdoar”
    Um dia ainda vou ser como Gandhi. Estou me trabalhando pra isso ;) 

    Voltando para as considerações do Umberto:

- Quem não perdoa vive no passado, o ansioso no futuro. O que temos é o presente? Onde você está?
- O Evangelho é roteiro de espiritualização da criatura. Intelectualmente sabemos disso. Nós nos intelectualizamos no Evangelho e esquecemo-nos de utilizá-lo no dia a dia.
- A Regra Universal da conduta: “Fazer aos outros o que queríamos que nos fizessem” (Você tem cumprido esta regra?)
- O 1º. Código de Reforma Íntima foi apresentado por Móises _ os 10 mandamentos:
1° Amar a Deus sobre todas as coisas.
2° Não tomar seu santo nome em vão.
3° Guardar domingos e festas.
4° Honrar pai e mãe.
5° Não matar.
6° Não pecar contra a castidade.
7° Não roubar.
8° Não levantar falso testemunho.
9° Não desejar a mulher* do próximo. (lembrando que homem* também!)
10° Não cobiçar as coisas alheias.

- Resumindo os 10 em 02_ Ama a Deus sobre todas as coisas; Ama ao teu próximo como a ti mesmo_
os demais são acrescentados como conseqüência.

- O amor será sempre uma ESCOLHA feita por cada um de nós.

    Que possamos fazer as melhores escolhas para que o nosso aprendizado seja mais feliz!

"Errar, ter defeitos, falhas, fraquezas, é nosso direito. Trabalhar para transmutar isso tudo é nosso dever".
  
 Muita paz!

Aline Caldas


16 de maio de 2011

Pais e Filhos

        A decisão de ser pai/mãe é de uma responsabilidade tremenda. Muitos nem se dão conta disso e ainda perguntam: “como isso pode acontecer?”.


        Durante o processo, fica claro que não basta oferecer alimentação, vestimenta, bons estudos, transportes, lazer. É preciso ter tempo para ensinar e estar aberto para também aprender. Evidente que tem gente que não percebe, nada faz, faz pouco ou quase nada. Cada um do seu jeito e ritmo.
        Lendo o capítulo 157 “Crianças” do livro Fonte Viva (Chico Xavier – ditado pelo Espírito Emmanuel), destaco dois trechos para reflexão.

      “Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono”.

        Em uma entrevista televisionada ontem, o ator Alexandre Frota disse a Marília Gabriela: "Até hoje não aceito o meu filho" e completou: "Cumpro todas as minhas obrigações de pai."
        Pra quem é mãe e pai (com todo o sentimento, independente se biologicamente ou não), choca o comentário. O fato de não aceitação não nos cabe julgar, mas o que seria obrigação de pai? Será que ser “pai” é fracionar o filho em prestações mensais sob o nome/significado de pensão? Não seria um compromisso muito maior? Algo que passa pelo educar pelo exemplo, dar (e receber) amor, segurança, colo, ser presença amiga?(mesmo que a distância, sem o convívio diário, em alguns casos?)
       Tem pai que é mãe, mãe que é “pãe” e existem “outros” que não se definem, nem se sentem como tal. E na ausência deste sentir como ficam as crianças? Imagino que terão duras lições pela frente. Algumas delas sobreviverão devolvendo o melhor de si para a vida, outras preencherão o vazio com os “baratos” que custam tão caro.

      “O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer que “nem só de pão vive o homem”.

       A nutrição espiritual vem do coração do pai e/ou mãe que auxilia, ampara, corrige e guia. Que possamos ser presença amável na vida daqueles que nos foram confiados; nada de abandono afetivo, sejamos abrigo moral, independente dos pais permanecerem casados ou não. A escolha pelo bem é de cada um.
       Na escola, tempos atrás, ouvi uma freira questionar os pais em uma reunião: “que mundo nós deixaremos para nossos filhos?”. Hoje, ao observar as pessoas, fatos, ao ler e ver as manchetes dos jornais uma pergunta me visita: “que filhos deixaremos para este mundo?”
       Nada como o tempo para ratificar a frase de uma campanha antiga, de conteúdo sempre atual: “Não basta ser pai, tem que participar!”. Participemos com amor da vida de nossos filhos. EU PARTICIPO e você?

Abraço fraterno,

Aline Caldas 

7 de maio de 2011

Com amor...

“É amanhã!” O comércio já anuncia há dias, o que para mim todo dia é dia!

O segundo domingo do mês de maio é agendado para reencontro e muita alegria de alguns; reflexão e extrema saudade de outros.

Encaixo-me nas duas opções: reencontro a alegria de ser a filha dela, reflito o amor que a devoto e sinto meu coração moído pela distância geográfica (bem que o Ceará poderia ser vizinho de São Paulo, não é mesmo?)

Direto da minha mente e coração, emito as melhores vibrações e peço ao Pai Celestial que derrame infinitas bênçãos e proteção sobre a Mulher Maravilha da minha história. Guerreira incansável. Minha fortaleza e inspiração.

Dedico o texto abaixo para todas as mães, em especialmente à Flor mamãe amor perfeito que atende pelo nome de Maristela.




Que mãe é essa?

Tem bicho mais estranho do que mãe?
Mãe é alma contraditória.
É alegria no choro.
É carinho na raiva.
É o sim no não.
Só mãe mesmo pra ser o oposto… E depois o contrário de novo.
Vai ver que é porque filho não vem com manual de instrução e pra conduzir as crias no mundo, ela usa só de intuição pra tentar fazer tudo direito.
Mas como pode ser assim, tão incoerente?
Ela diz:
Filho, você não come nada…
E logo se contradiz:
Para de comer, que eu tô botando o jantar!
E aí ela lamenta:
Ai, que eu não vejo a hora desse menino crescer!
Mas logo se arrepende:
Deixa que eu faço, você ainda é uma criança…
E quando ela manda:
Tira essa roupa quente, menina!
E logo em seguida:
Veste o casaco, quer pegar um resfriado?
Pois é, gente, que pessoa é essa que jura que nunca mais…
E no momento seguinte promete que vai ser pra sempre?
Essa pessoa é assim mesmo:
Igual e diferente de tudo o que a gente já viu.
É a fortaleza que aguenta o tranco, só pra não ver o filho chorar.
É o sorriso de orgulho escondido, só pra não se revelar.
Mãe dá uma canseira na gente. E às vezes tira do sério…
Até que um dia a gente se depara com uma ausência insuportável:
É a mãe que vai embora, deixando um vazio enorme, escuro, silencioso.
E aí descobre que, mesmo errando, ela sabia de tudo, desde o início.
E fez de tudo pra acertar.
Porque criar filho não tem regra – é doação e amor simplesmente.
Então, se você tiver privilégio de abraçar sua mãe, agradeça, porque o presente é seu.
E esteja certo: Mesmo sem manual de instrução, ela continua aí, atrapalhada, contraditória, mas com o olhar atento, querendo entender como você funciona… E fazendo de tudo pra você não falhar.


(Lena Gino)

Abraço fraterno,

Aline Caldas 

2 de maio de 2011

Segundos de sabedoria

(Augusto Cury)



Quem já não ouviu falar naqueles segundos quase mágicos (contar até 10 ou 20, dependendo do caso) antes de proferir alguma palavra que se transforme em punhal? A reação irracional e agressiva destrói tudo ao nosso redor. A precipitação com atitude raivosa, o falar sem pensar, o uso de palavras inadequadas, tudo isso gera uma desarmonia vibracional que machuca e desgasta.
É preciso deixar a raiva secar, a poeira baixar antes de agir ou dizer algo. Lógico que já me descontrolei sob o calor forte da emoção, mas senti suas dolorosas consequências. Evidente que não estou livre de vivenciar situações que me tirem do “prumo”. No entanto, cada dia fica mais claro que tudo é uma questão de escolha. Depende da minha decisão o desfecho que a história terá, afinal, quando um não quer, dois não brigam”.
 O outro me ofende ou eu me permito ofender? É um questionamento que devemos nos fazer.
 Ao ampliarmos o nosso senso de observação e refletirmos, entenderemos que não é o que ouvimos que muda a nossa vida, mas as nossas decisões. Creio que a opção pelo autocontrole, para começar, diminui as nossas chances de errar...
E você como lida com essa questão?

Muita luz!
 
Aline Caldas